Natal

Chega a época do ano em que a pessoa mais famosa e falada, é um velhote gordo de barbas brancas. Pois é, as top-model magras (quase anorécticas) e com aquelas roupas todas fashion, são substituídas por um simpático senhor que usa sempre a mesma roupa. Sempre a mesma roupa? Não senhor, agora podemos encontrar pais-natais vestidos de verde...
Mas porque é que este senhor sem atributos físicos interessantes aos demais estilistas é tão falado? Além de ser por poder entrar em casa de todas as pessoas sem ter a polícia à perna, e conseguir ir a casa de todas as pessoas do planeta em apenas uma noite (um pouco mais com os fusos horários) traz prendinhas para crianças e adultos.
Este ano o pai-natal foi, mais uma vez, muito simpático comigo e no meio de dois pijamas, muita roupa e acessórios deu-me o POEMÁRIO DE FERNANDO PESSOA!!! :D
Percebem agora porque é que ele é tão famoso? Merece ou não merece os elogios e o leitinho acompanhado de bolachinhas que se deixa em cima da mesa quando se vai deitar?!

Infância

Estava eu à procura de um caderno onde pudesse escrever um novo texto para publicar, quando me deparo com um texto que escrevi quando era pequena. Gostei dele e aqui o publico:

AMIZADE

A amizade é muito, mas muito bonita... com a amizade existe a paz e com a paz, existe o amor, e com o amor, existem os amigos. Se todas as pessoas forem amigas umas das outras, não há guerra, se não há guerra, não há mortos, se não há mortos, não há tristeza...
Se existir amizade, as crianças brincam todas juntas e os adultos ficam contentes ao vê-las brincar.
A amizade é não ser egoísta.

Em Familia!

Já toda a família tem rádio. Só faltava mesmo eu...
Mas, agora já o tenho...

Estado de Espírito...

Estou feliz!,

Apetece-me sorrir.

Não sei porquê, mas

nem o sermão da

professora de Yoga

me faz sair deste

Estado de Espírito.

Sinto a minha

alma a desanuviar;

Sinto o meu corpo

ficar mais leve;

Exprimo uma sensação

de leveza e frescura;

Tudo à minha volta

ganha mais cor...

A vida deixa de ser

um pesadelo e passa

a ser um sonho

saído de um

Conto de Fadas...

Obrigada Mãe e Bolha!

Civilização...

Acordo e não sei em que pensar;
A minha vida é um tédio.
Todos os dias faço a mesma coisa,
todos os dias me sinto abafada,
sinto-me pequena, engolida,
desaparecida no meio desta civilização.
Sinto que a cidade me entra na alma
e ma corrói por inteiro.
Não sei quanto mais aguento
este ar cinzento de corrupção.
Todos os dias, quando vou dormir,
ponho-me, inevitavelmente, a chorar.
Porquê?, não sei. Não tem explicação;
Talvez pela pressão ou opressão
desta inculta civilização.
Digo exasperante, ninguém
sabe o que significa;
Refiro-me a Almada Negreiros,
perguntam-me quem foi e o que fez;
Sei o significado de "Lograra e fora logrado",
sou um génio numa turma de burros.

AMAR OU NÃO AMAR...

Chego à escola,
pergunto-me onde estarás;

No intervalo,
planeio toda e qualquer maneira
para estar contigo;

Quando toca para sair,
percorro toda a gente
sempre com um olhar astuto
para a ver se és tu...

Digo que não gosto de ti mas,
será que o meu coração também o diz?!

Pensar...

O meu olhar é nítido com um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o ela é,
Mas é porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

Alberto Caieiro,
O Guardador de Rebanhos

Eu sonho...

Quer esteja a dormir,
quer esteja acordada,
quer esteja sentada,
quer esteja deitada...

Eu sonho...
Sonho até mais não poder,
sonho até o meu cérebro
deixar de querer!...

À noite...

Quando à noite me deito para dormir, adormeço e sonho que viajo num avião da minha imaginação.
Vagueio por prados e pradarias, florestas e montanhas... vou a todo o lado e não vou a lado nenhum. Não saio da minha cama e no entanto, percorro todo o planeta e todos os locais já descobertos e ainda por descobrir.
Em todos os lugares do meu sonho encontro uma razão para sorrir e continuar a sonhar.
Quando finalmente acordo, deparo-me com uma realidade triste e cinzenta. Porque é que a realidade também não é um sonho?!